Nessa história do encontro entre Lula, Gilmar Mendes e Nelson Jobim, só uma coisa é certa: todos estão errados.
Por motivos óbvios, tornou-se o principal assunto da semana. Tem tudo para permanecer no centro dos debates por longo tempo.
Uma
das razões para isso é que ele faz pensar em aspectos relevantes de
nossa vida política: a relação entre os Poderes, a natureza do Supremo
Tribunal Federal, a atuação dos ex-presidentes da República - para ficar
nos mais evidentes.
Olhando-o do ponto de vista de seu principal personagem, seria, no entanto, algo até corriqueiro.
Que
mal - deve ter pensado Lula - pode haver em encontrar Gilmar Mendes?
Não tendo função no Executivo, sem ocupar cargo formal na estrutura do
PT, não pertencendo a nenhuma entidade vinculada ao governo, não seria,
apenas, o encontro de dois velhos conhecidos?
Lula - como sabem até as criancinhas do grupo - é um ser que vive a política em regime de dedicação exclusiva e tempo integral.
Pensa,
em primeiro lugar, no seu partido. Conhece cada militante da velha
guarda pelo nome e acompanha de perto o surgimento da nova geração.
Também
se envolve nas questões dos outros partidos que estiveram em sua base e
que estão na de Dilma. Seus integrantes sabem que podem contar com ele.
Tem
compromisso com os amigos - especialmente os que passam dificuldades.
Parece-se, nesse aspecto, com muitas de nossas lideranças maiores, do
passado e do presente. Não abandonar os companheiros é uma qualidade sem
a qual não se vai longe na política.
Na iminência do julgamento do mensalão, Lula está preocupado. Não com sua imagem - ou a de seu governo.
Essas,
ele sabe - assim como nós - quais são. Mas com alguns dos acusados,
cujos atos - ele sabe, assim como nós - são regra em nosso sistema
político. Ele quer ajudá-los.
Gilmar Mendes ignorava tudo isso quando foi encontrá-lo?
Nenhum comentário:
Postar um comentário