“No
momento que instalamos a Comissão da Verdade para desvendar crimes da
ditadura, o PT se alia a um dos tentáculos (Maluf) da ditadura” (Foto:
Divulgação)
O município de Uiraúna, na Paraíba, deve se orgulhar de sua filha
ilustre. Foi de lá que Luiza Erundina saiu para ganhar o seu espaço em
São Paulo, tornando-se a primeira mulher eleita prefeita da maior cidade
do Brasil (1989 a 1993). Hoje, os paraibanos deveriam se orgulhar mais
uma vez. A deputada federal socialista acabou de dar o primeiro grito
contrário a essa política de alianças sem escrúpulos capitaneada pelo
ex-presidente Lula e que culminou com uma composição de chapa dos
petistas com o PP de Paulo Maluf. Indicada como vice de Fernando
Haddad, Erundina prefere abandonar o barco a ver afundar a sua história
coerente de lutas sociais e políticas. Em entrevista ao site de Veja, a
parlamentar do PSB deixou claro a seu desconforto com o pacto selado
nesta segunda-feira. “É demais para mim. É muito além do razoável”,
disse. “É constrangedor ver Lula e Haddad na casa de Maluf celebrando
essa aliança”.
Erundina diz que precisa ser vice de ninguém para fazer política e
questiona se vale a pena se “aliar a forças nefastas da política
brasileira” em troca de “um minuto a mais” no tempo de televisão contra o
tucano José Serra. “No momento que instalamos a Comissão da Verdade
para desvendar crimes da ditadura, o PT se alia a um dos tentáculos da
ditadura militar”. O abraço de Lula com Paulo Salim Maluf é mais uma
vergonha para toda a história do PT. O progressista integra a lista de
procurados da Interpol por desvio de dinheiro para os Estados Unidos.
Mas isso é apenas um dos crimes que ainda pesam contra o deputado
federal queridinho de São Paulo.
Lula foi o primeiro “homem do povo” eleito presidente do Brasil por
dois mandatos, enfrentou uma ameaça de impeachment, fez Dilma sua
sucessora, ganhou o mundo com o seu prestígio e venceu um câncer de
laringe. Ainda visto como o deus todo-poderoso do PT, Lula acha que pode
tudo. Abraçou-se com Sarney, Renan Calheiros, Jader Barbalho, Renan
Calheiros e tantos outros. Maluf será apenas mais a um a integrar o time
que cerca o petista. Se o PT já vive num inferno para emplacar a todo o
custo o nome de Haddad na capital paulista, não custa abraçar o capeta,
que diz ter “a ficha é a mais limpa do Brasil”.
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